
O vexame histórico que o Brasil sofreu para a Alemanha serviu pelo menos para duas coisas: enterrarmos o Maracanazo e deixarmos que Barbosa descanse em paz.
Vivemos 64 anos alimentando o Maracanazo, principalmente neste ano de Copa. Fomos ajudados pelos uruguaios, ao encarnarem o ‘Fantasma de 50’ que foi exorcizado pela Colômbia nas oitavas deste Mundial. Mas com esse 7 a 1 consumado, uma coisa é certa: o Brasil nunca sofreu um vexame pior do que esse em sua rica história no futebol.
Tanto que o vexame já foi chamado de Mineirazo, que ajuda até a enterrar o Maracanazo. E serviu para, finalmente, o goleiro Barbosa, que morreu com o desgosto de ter sido culpado por falhar na final da Copa de 1950, poder descansar em paz.
A filha do goleiro, Tereza Borba, deu o tom do significado do jogo desta terça-feira em Belo Horizonte para a família. “Pra mim está ótimo. Eu já sabia. E o Barbosa foi vice-campeão. Ele tinha orgulho de ser vice, entendeu? E hoje tomamos chocolate, que não foi da Suíça. Estou triste por ser brasileira, mas feliz por honra ao Barbosa. Ele deve estar feliz agora”, desabafou, em entrevista ao UOL Esporte.
Acesse a página do blog do Renan Prates no Facebook
“Isso foi pra mostrar que Barbosa tem valor. Ele era ótimo goleiro e foi um grande injustiçado. Barbosa não tinha salário, psicólogo e não ganhava como esses jogadores ganham agora. O que é isso?”, prosseguiu.
Agora, o Brasil tem que olhar pra frente, tentar aprender com os erros. Mas pelo que indicou na coletiva, Felipão não vai tirar lições deste vexame. O treinador falou que não se arrepende das escolhas táticas e das mudanças que fez em campo. Talvez não queira admitir publicamente o fato – prefiro pensar assim.
Mas uma coisa é certa: o 7 a 1 foi um bom choque de realidade. E a seleção brasileira tem que entender que a Copa das Confederações não vale para nada. Ou alguém se lembra hoje do 3 a 0 que o Brasil emplacou na Espanha?
Crédito da foto: Getty Images
Texto originalmente publicado no site Torcedores.com. Seja um colaborador!