Você é manipulado todos os dias. E o pior: nem percebe

Manipular, segundo o dicionário Michaelis, tem como um dos significados as seguintes palavras:

Engendrar, forjar. Exemplo: manipular ideias

Você é manipulado todos os dias. E o pior: nem percebe.

Mas espera um pouco: “do que esse cara está falando?”

Estou falando do que sai na imprensa. A mídia mostra o que ela quer. Ou o que ela acha interessante ser mostrado. Escute uma palavra amiga deste profissional de imprensa: não caia no mito da imparcialidade. Ele não existe mais.

Duvida? Então vamos aos exemplos:

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Capa da Folha de S. Paulo do dia 12 de janeiro. O jornal tinha uma investigação própria que denunciava uma suposta propina de R$ 100 milhões que teria ocorrido no governo FHC. Procure com uma luva para achar o destaque que esta matéria teve na capa.

A minha questão, neste caso,  não é nem o que é certo e o que é errado. É que o próprio jornal já mostra a sua linha editorial quando faz este tipo de escolha. E as pessoas mais desavisadas vão “comprar” esta hierarquização do jornal.

Vamos a outro exemplo:

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O chargista Marco Aurélio simplesmente teria se confundido e fez uma charge do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva quando queria fazer uma charge sobre Fernando Henrique Cardoso. Por mais que eu faça força, não consigo achar que tenha sido uma mera confusão. Em todo caso, o jornal Zero Hora foi obrigado a fazer uma errata. Mas…imagine quantas pessoas compartilharam essa imagem porque “compraram” a ideia do chargista?

Vamos a mais um exemplo:

São Paulo enfrentou recentemente uma das maiores crises de educação da sua história recente. Milhares de pessoas foram para as ruas protestar contra a decisão do governador Geraldo Alckmin de fechar escolas em nome da reorganização escolar. O que a Revista Veja fez? Criou um ranking de competitividade dos Estados, onde distribuía notas de 0 a 100 para os estados brasileiros em diversos quesitos.

Chuta qual foi a nota de São Paulo no ranking de educação. 100. Sim, a nota máxima.

Os veículos de imprensa têm todo direito de apoiar A, B ou C. O que me incomoda, aqui no Brasil, é essa cultura equivocada da imparcialidade. Se fosse dono de uma mídia, a minha primeira ordem seria: vamos fazer um editorial e defendermos a nossa posição política. Somos de direita? Somos de esquerda? Somos de centro?

A gente não gosta de se espelhar sempre nos Estados Unidos? Por que não nos espelhamos neles nisto também? O jornal The Ney York Times publicou no último dia 31 um editorial a favor da eleição de Hillary Clinton como candidata dos Democratas para a Presidência dos Estados Unidos.

Aí que fica a pergunta: não é muito melhor agir desta forma? Não é uma forma de respeitar o seu leitor sendo honesto com ele?

Você merece saber sempre a verdade. Não pode ser manipulado. Não permita isso.

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Você tem muito a aprender com os mais velhos. E não pode desprezar isso

Se tem uma coisa que me incomoda é o descaso com que os mais velhos geralmente são tratados. Na vida, no mercado de trabalho…

Toda pessoa que tem mais idade do que você tem algo a te ensinar. Não despreze isso. Não perca a oportunidade de adquirir mais conhecimento.

Ah, mas ele nem tem faculdade e eu sou pós-graduado. O que eu posso aprender com ele?

Vem cá…você acha MESMO que a única instrução importante na vida (e até no mercado de trabalho) é a que você recebe na escola? Então tome cuidado. Você está indo para o caminho errado!

Os mais velhos podem te dar a calma necessária quando você acha que tem que colocar o pé no acelerador. Podem alertá-lo para não cair em armadilhas de quem quer te enganar. Podem ensiná-lo na prática a importância de pensar duas vezes antes de tomar uma decisão importante. Ou a não hesitar tanto para não perder a chance de tomar uma atitude rápida que pode beneficiá-lo.

Este foi mais um post motivado por um filme que recomendo. Um senhor estagiário é uma comédia com Robert de Niro e Anne Hathaway. Na película, De Niro vive um senhor de idade que trabalhou 40 anos de forma bem sucedida no mercado, mas que está aposentado e perdeu a perspectiva de vida depois que a sua esposa morreu. Mas ele ganhou uma nova vida quando viu um anúncio da empresa comandada por Hathaway em busca de estagiários seniors.

É impressionante reparar como a habilidade adquirida pelo personagem de Robert De Niro durante 40 anos de profissão acaba sendo extremamente valiosa para a personagem vivida por Anne Hathaway. Ele tinha as competências que ela não possuía. As características dos dois, somadas, gerariam um profissional quase perfeito. Ele deu conselhos valiosos para ela vencer desafios importantes como presidente da sua empresa.

Mas tudo isso deu certo pela postura dos dois. Principalmente dele, que soube vencer a desconfiança inicial dela e soube mostrar o seu valor aos poucos, sem se incomodar com o fato de que ela só o aceitou porque foi obrigada.

Por esse motivo que sou favorável a um intercâmbio maior entre profissionais mais jovens e mais velhos. Desde que ambos os perfis tenham a “cabeça aberta” suficiente para entender a importância desta troca de vivências, pois os mais jovens também tem muito a ensinar aos mas velhos.

E não sou só eu que acho isso. Um estudo divulgado em julho de 2015 pelo Federal Reserve of Saint Louis, que fez a relação entre idade e patrimônio líquido, comprovou que os mais jovens não conseguem mais acumular tanta renda do que os mais velhos acumularam.

Os autores do estudo, William Emmons e Bryan Noeth, indicam que o segredo para os mais jovens aumentarem nos seus rendimentos é aprender o que os mais velhos fizeram para acumular mais riquezas.

Gosto de dizer que uma forma interessante de ver o caráter da pessoa é saber a forma como ela trata os seus avós. Se ela trata com ternura, admiração, respeito, ou se é desrespeitosa, mal educada e trata com tédio.

Muitas das histórias antigas que o seu avô/avó te contou no passado podem ser úteis no seu futuro.

Já ligou para os seus avós hoje?

Sua forma de se posicionar diz MUITO sobre você

Hoje queria abordar neste texto algo que passa despercebido por muitos. No mercado de trabalho e na vida pessoal. Mas que é muito importante. Sua forma de se posicionar diz MUITO sobre você.

Quantas vezes você saiu de uma reunião ou de um bate papo com amigos inconformado porque ninguém concordou com você, mas você sabia que estava certo? Ou inconformado porque você sabia que tinha um ponto de vista importante para abordar, mas ninguém quis te ouvir? Pois então. Talvez você tenha ignorado o fato de que tudo isso aconteceu porque você não soube se posicionar corretamente.

Não basta ter ideias boas. Precisa saber contá-las. Precisa ter iniciativa. Em alguns momentos, precisa saber até se impor.

“Mas eu não posso chegar enfiando o pé na porta e obrigando as pessoas a me ouvirem”.

Claro que não. Mas você pode ter convicção na hora de se posicionar. Falar com voz firme. Olhando no olho de quem você quer que escute a frase. Expondo seus argumentos. Sem medo de ser censurado. Afinal de contas, você se esforçou e deu o seu melhor, ou não?

Sua postura pode dizer muitas coisas. Que você é (des) compromissado. Que é (ir) responsável. Que (não) sabe do que quer.

Pense no lugar onde você trabalha. Por que a pessoa que disputou o cargo que você queria passou na sua frente se você se dedicou tanto? Talvez seja porque ela soube se posicionar diante dos seus chefes e você não.

Felizmente ou infelizmente, vivemos em um mundo em que não basta fazer o certo no seu trabalho. Precisa saber mostrar que está fazendo certo.  Ter convicção dos seus atos, estando certo ou não.

E aí, como você se posiciona?

Adendo: este post foi motivado por um filme que recomendo. Um senhor estagiário é uma comédia com Robert de Niro e Anne Hathaway. Na película, De Niro vive um senhor de idade que trabalhou 40 anos de forma bem sucedida no mercado, mas que está aposentado e perdeu a perspectiva de vida depois que a sua esposa morreu. Mas ele ganhou uma nova vida quando viu um anúncio da empresa comandada por Hathaway em busca de estagiários seniors. A vida deles se cruza mesmo sem ela querer. Mas é impressionante como ele ganha a confiança dela sabendo se posicionar. Não quero contar mais detalhes para não parecer spoiler.

Série The Good Wife dá dois conselhos valiosos para o mercado de trabalho (e para a vida)

Recentemente, terminei de acompanhar a sexta temporada da Série The Good Wife no Netflix, que ainda não disponibilizou a sétima (e até agora última) temporada. E posso dizer, sem sombra de dúvidas, que além de ser uma série bem escrita e com tramas que chamam atenção, The Good Wife dá dois conselhos valiosos para quem quer triunfar no mercado de trabalho.

Antes de falar sobre os conselhos, cabe aqui uma pequena contextualização para quem não está familiarizado com a série: The Good Wife conta a história de Alicia Florrick (Julianna Margulies), que se vê obrigada a voltar a advogar após 13 anos para sustentar os filhos porque o seu marido Peter Florrick (Chris Noth) foi preso por estar envolvido em um escândalo com prostitutas e corrupção. Só este caso já é um ‘aperitivo’ do quanto a protagonista sofrerá durante a série.

É uma série muito interessante não só para quem gosta de aprender e entender mais sobre julgamentos, mas também sobre as estratégias (e artimanhas) dos advogados para vencê-los. Mas The Good Wife não é monotemático, pois mostra uma série de enredos e dramas pessoais que se desenvolvem em torno do tema principal, que é a prática da advocacia.

Mas voltemos aos conselhos para o mercado de trabalho. Vou listá-los abaixo. Só adianto que não vou relacionar os conselhos com os acontecimentos da série porque não quero dar spoiler a quem ainda não assistiu.

– Você tem o direito de recomeçar: The Good Wife mostra na prática que, não importa o tombo que você leve ou o insucesso profissional que tenha em algum momento da carreira, você sempre tem o direito de recomeçar — e pode ser muito bem sucedido novamente se souber lidar com isto sem frustração. Portanto, erga a sua cabeça e procure soluções para crescer novamente, pois às vezes a saída está mais perto do que você imagina.

– Você não é o centro do mundo: Está reclamando porque seu chefe te deu uma bronca injusta? Não gostou porque a apresentação que você montou não saiu do jeito que queria? Reclame! Tente uma solução! Mas não se comporte como se o seu problema fosse o maior do mundo. Admito que quando assisti The Good Wife, a primeira coisa que pensei foi: “caramba, e eu reclamando do meu dia hoje. Acho que não conseguiria passar pelo que a Alicia Florrick está passando”.

Sempre tento assistir à uma série ou um filme com o intuito de tirar lições para a minha vida como um todo. É uma experiência muito enriquecedora, que recomendo a vocês.

A busca da excelência é um processo que tem que ser diário no seu trabalho

2016 está vindo com força, e com ele uma certeza: a busca da excelência é um processo que tem que ser diário no seu trabalho.

Você vai ler esta frase e pensar: “mas eu faço isso todos os dias”. Aí eu vou rebater a pergunta: você tem CERTEZA que faz?

Vivemos em um mundo em que até mesmo as empresas mais hegemônicas em suas áreas de atuação não podem sossegar e achar que ninguém irá superá-las.

Pegue o Facebook como exemplo. Existe algum concorrente que em curto prazo conseguirá superá-lo? Não. E, mesmo sabendo disso, o Facebook busca inovar sempre.  Repare que constantemente você recebe aviso de mudanças, desde as mais simples até as mais sofisticadas, nesta rede social.

O Facebook também busca comprar as “ameaças” do mercado – já fez isto com o Instagram, o WhatsApp, de forma bem sucedida, e teve uma tentativa fracassada de compra do Snapchat. Para que? Assim existe a certeza de que não será uma rede social superada.

“Tá, e o que isso tem a ver com a minha vida?”. Tudo. Sempre existe algo em que podemos melhorar.

– Se você bateu a meta e conseguiu um número recorde em sua empresa, comemore hoje, amanhã trabalhe para superar este número.

– Se você fez um curso e se considera fluente em inglês, busque a fluência no espanhol.

– Se você fez uma pós-graduação que o ajudou no mercado, busque outro tipo de curso (conhecimento nunca atrapalha, sempre ajuda).

O desafio que deixo para você em 2016 é esse: saia da acomodação e busque aperfeiçoamento. Sempre.

Não é pelo seu lugar de trabalho. É pela sua carreira. É pela sua vida.

Opinião: Prêmio Torcedores foi a celebração do jornalismo esportivo

O Prêmio Torcedores, que aconteceu nesta quarta-feira, no Museu do Futebol, não deve ser encarado somente como a celebração dos bons trabalhos no Torcedores.com. Deve ser encarado como a celebração do jornalismo esportivo como um todo.

Sempre fui entusiasta da ideia de que os jornalistas esportivos precisam se unir mais. Somos uma classe desvalorizada (e muitas vezes agredida) por torcedores, alvo de protestos de esportistas. Se nós não nos unirmos, como poderemos evoluir como classe?

Nesse contexto, o Prêmio Torcedores não chega apenas para (justamente) premiar os colaboradores que fizeram um ótimo trabalho no Torcedores. Não é somente o lugar perfeito para a integração de quem de alguma forma faz parte da comunidade do Torcedores.com. É uma boa ocasião para valorizarmos o bom jornalismo e os bons jornalistas. Para valorizarmos quem luta para dignificar todos os dias a nossa área.

 

Precisamos acabar com a “cultura da mediocridade” no mercado de trabalho

Neste mês, publiquei um texto no Pulse que gerou repercussão (Precisamos de mais profissionais que “pensem fora da caixa”). Muitos escreveram nos comentários que não adianta o funcionário “pensar fora da caixa” se o chefe ou a empresa não dão liberdade, nem compactuam com esse tipo de filosofia.

Escrevo estas linhas como forma de resposta para os questionamentos do texto anterior, e convicto de que precisamos acabar com a “cultura da mediocridade” no mercado de trabalho.

Esta situação descrita no primeiro parágrafo já é um belo exemplo do que quero dizer. Partimos do princípio de que esta tese é verdadeira: as empresas, de uma maneira geral, não gostam de profissionais que “pensem fora da caixa”. Fica a pergunta: por que esse tipo de situação é aceita sem questionamentos? Porque dependemos do emprego em que estamos por causa da crise econômica, é isso?

Se a empresa/patrão impõem uma cultura nociva ao funcionário, em que ele é “pago para obedecer” e não para questionar, qual é a chance deste negócio ser bem sucedido no longo prazo? Pequena. Outra pergunta que fica é…do que as empresas têm medo para agir desta forma?

Hoje o que tenho visto muito no mercado é: empresa/patrão impõem uma cultura em que não permitem questionamentos e ideias novas. Dependentes financeiramente, os funcionários aceitam. E aí o círculo da mediocridade está estabelecido. Como conseguimos evoluir assim?

Mas queria também colocar o outro lado da moeda. Está crescendo o número de empresas aqui no Brasil que buscam funcionários independentes, que cresçam sozinhos e consigam boas performances desta forma. Mas esse tipo de cultura ainda esbarra em uma situação: será que o funcionário está preparado para andar com as próprias pernas? Em muitos casos, não. Muitos profissionais estão tão acostumados a serem mandados que não conseguem performar se tiverem o poder de decisão. Ficam travados. Sem rumo. Sem saber o que fazer.

O que podemos fazer para acabar com a cultura da mediocridade? Evoluirmos profissionalmente. Se criarmos um ambiente na empresa em que dois dos quatro profissionais que fazem parte dela estão em constante evolução, logo os outros dois serão “convidados” a evoluir também, para não ficarem para trás. Se os quatro funcionários evoluírem, o chefe terá que acompanhar. E aí é criado um ambiente em que todos colaboram para a evolução da empresa.

Parece fácil, mas não é.

PS: A foto ilustra exatamente a “cultura da mediocridade”. O chefe que não sabe liderar com argumentos acaba liderando com gritos.

O líder TEM que saber liderar

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Por mais óbvio que pareça o título, não é bem assim que acontece no mercado de trabalho. Antes de ler o restante do meu texto, pense no seu chefe. Ele sabe liderar? Ele é alguém que você considera um exemplo?

Tempo para a resposta….

……

Obviamente existem (boas) exceções. Mas o líder nas empresas costuma ser aquele profissional que desempenha bem a sua função e precisa ser promovido de alguma forma. Como vamos promovê-lo? Vamos transformá-lo em chefe, oras!

Mas…ele sabe ser chefe?

A função de líder é extremamente importante para o bom desenvolvimento de uma empresa. O líder mostra a cultura da empresa. É ele que reforça os valores da instituição.

O líder que assume esse cargo sem saber a importância da liderança pode colaborar para criar um ambiente ruim na empresa.

O que um bom líder precisa ter? Parece fácil, mas não é nem um pouco.

– Saber dar bom exemplo: O líder é aquele que lidera também com bons exemplo. Quero profissionais dedicados? Vou me dedicar. Quero soluções criativas? Vou atrás de soluções criativas.

– Entender as melhores características dos liderados: O bom líder sabe exatamente em que área o liderado pode contribuir mais (e melhor)

– Saber cobrar, mas com propósito: A cobrança descabida é mal vista e não surte efeito. É importante cobrar, mas mostrar a importância da cobrança em um contexto.

– Valorizar as boas iniciativas: As boas práticas precisam ser valorizadas. O incentivo é muito importante. O profissional precisa saber quando estar desempenhando bem.

– “Incentivar” o erro: Só chega a um resultado positivo quem tenta inovar. E nesse meio do caminho, erros acontecem. O líder precisa ter essa noção do processo e do bem que iniciativas como essa pode fazer para o seu trabalho.

– Dar feedback: Os liderados precisam saber constantemente em que ponto estão, como podem melhorar e o que precisam manter para desempenharem um bom papel dentro da empresa.

E aí, seu chefe cumpre esses requisitos de liderança?

Por que não criamos uma cultura de colocar como líder quem tem características de líder?

Sou entusiasta da ideia de que o líder pode ser formado. Cursos podem ajudar neste processo. Então por que os setores de RH das empresas não se preocupam também em formar líderes? Tenho CERTEZA que as empresas desempenhariam melhor com líderes mais capacitados para este papel.

Texto originalmente publicado no meu perfil no Linkedin Pulse

Precisamos de mais profissionais que “pensem fora da caixa”

Tenho pensado muito sobre a qualidade da mão de obra no Brasil recentemente. No lugar onde trabalho, lido muito com pessoas que estão na faculdade, o que me faz refletir sempre sobre esse tema. E a conclusão que chego é: precisamos de mais profissionais que “pensem fora da caixa”.

O que quero dizer com isso?

Temos um número cada vez maior de pós-graduados, formados, praticantes de cursos especializantes, mas…temos pessoas PREPARADAS para o mercado? Respondendo de forma genérica: não.

Vejo muitos casos de profissionais que se esforçam e saem entendendo tudo do que lhes foi ensinado no curso/faculdade/MBA. Mas se no mercado eles se deparam com uma situação que não foi citada nas aulas, eles “entram em parafuso”.

Precisamos de mais profissionais “safos”. Precisamos de mais pessoas no mercado de trabalho que tenham “jogo de cintura” para arranjar uma solução quando se deparam com desafios que não tem a ver diretamente com que aprenderam na faculdade.

Aliás, “jogo de cintura” é algo que se aprende na escola da vida. Por que a nova geração perdeu essa característica?

Como já disse em outro post aqui mesmo no Pulse, em momentos de crise é que surgem as oportunidades das pessoas se destacarem. E quem vai se destacar? Aquele profissional que vai trazer algo de diferente.

Fazemos parte de um mercado que é nivelado por baixo. A cultura da mediocridade impera no Brasil. O que acontece aqui? Se o outro faz melhor do que eu, o que eu faço? Ao invés de me esforçar e fazer melhor do que ele, eu tento boicotá-lo. Uber/Taxi, Operadoras/Netflix, Empresas de telefonia/Whatsapp…são inúmeros os exemplos que corroboram esta tese.

Por isso, se pudesse dar um conselho, diria sem pestanejar: tente fazer algo diferente, sem medo de errar. Ou você acha que os executivos brilhantes do mercado de trabalho nunca erraram na vida?

Texto originalmente publicado no meu perfil do Linkedin

Jornalista que não estiver disposto ao risco pode morrer no mercado

Era uma terça-feira “comum” de julho. Estava na plateia de um debate sobre o livro de Pep Guardiola, “Guardiola Confidencial”, recém lançado em português pela Editora Grande Área. Os jornalistas da ESPN, André Kfouri, Paulo Calçade e Gerd Wendel, rasgaram elogios ao treinador multicampeão pelo Barcelona e agora no Bayern de Munique. Um deles falou algo que me marcou muito: “uma das grandes qualidades de Guardiola é que ele sempre está disposto a arriscar”.

Mas o título deste texto sugere que vamos falar de jornalismo. Sim, vamos. E o que o parágrafo acima tem a ver com o tema? Tudo! Cada vez mais acredito nesta premissa: jornalista que não estiver disposto ao risco pode morrer no mercado.

Leandro Beguoci é um dos jornalistas que melhor tem entendido as mudanças do nosso mercado. Não à toa tem sido chamado para dar palestras sobre o tema. Recentemente, tive a oportunidade de apresentá-lo em uma palestra na redação do Torcedores.com. E ele explicou de uma forma bem interessante o que tem acontecido no jornalismo.

“O jornalista, principalmente do meio impresso, não precisava fazer nada de diferente para atrair a atenção do seu leitor, que sempre foi cativo. Hoje, esta audiência garantida não existe mais”.

Perguntei a ele sobre o tema deste texto: o jornalista atual deve correr riscos? Ele me respondeu algo que compactuo: “o jornalista TEM que correr riscos”.Aprofundando esta ideia, digo que correr riscos neste mercado cada vez mais combalido aqui no Brasil como o jornalístico é basicamente estar disposto a testar formatos novos. “Enquanto uns choram, outros vendem lenços”.

Claro que não é fácil assumir riscos. Muitos profissionais tem família para cuidar, o que pesa muito. Conheço gente frustrada no mercado porque é infeliz numa empresa que dá estabilidade, que é algo cada vez mais raro no jornalismo.

Mas uma coisa é certa: não adianta chorar, pestanejar, achar que somos vítimas deste mercado capitalista. O jornalismo não vai acabar, o que vai é mudar o seu modus operandi. Aliás, já está mudando – só não vê quem não quer. Quem estiver disposto a inovar, certamente terá uma chance maior de se dar bem no mercado.

Crédito da foto: Divulgação

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