
Podemos reclamar de tudo sobre a realização da Copa América 2021 no Brasil. Menos de falta de coerência das principais partes envolvidas neste (vergonhoso) projeto:
Conmebol? Precisava desesperadamente de um país que salvasse a realização da competição e os contratos de marketing já firmados. Por isso abraçou a ‘solução Brasil’ sem pensar duas vezes.
Governo brasileiro? O presidente Jair Bolsonaro está sendo coerente com (falta de) projeto para conter a covid-19 no Brasil. Ele não está nem aí para o risco de espalhar o vírus. Não se preocupa com as aglomerações – quer mais é que as mesmas aconteçam e, se possível, sem o uso de máscara. Bolsonaro enxerga o futebol como “ópio do povo”, ou a distração que vai fazer o povo esquecer os problemas que enfrenta na sua gestão (isso te lembra algum período da história do Brasil?).
Foi notável, inclusive, a pró-atividade do governo Jair Bolsonaro em se oferecer como solução para o impasse em que a Conmebol se viu ao serem inviabilizadas tanto Argentina como Colômbia como opções para a realização da Copa América este ano. A rede social (e os opositores) logo ressaltaram esta postura do presidente:
É claro que a realização da Copa América no Brasil se trata de mais um episódio lamentável da gestão do atual governo brasileiro da covid no país. Não é à toa que a terceira onda está batendo na porta, e pode ter o seu ápice inclusive durante a realização da competição. Mas infelizmente, não é algo inesperado. Afinal de contas, que moral tem para dizer que não quer sediar a Copa América um país que tem tanta dificuldade de parar as competições locais nos picos de caso de covid?
Me pergunto uma coisa: até quando os jogadores, que são os maiores protagonistas da festa, vão ficar calados? Eles não percebem o risco que estão correndo?