
O Santos anunciou na última segunda-feira (22) a contratação do técnico Ariel Holan, ex-Universidad Católica, para dirigir a equipe até dezembro de 2023, mesmo período que termina o mandato de Andrés Rueda na presidência. Ouvindo a sua primeira entrevista como treinador do Peixe e lendo materiais produzidos por colegas da imprensa sobre os seus métodos, me arrisco a fazer um exercício de futurologia sobre os jogadores que sobem e os que descem após a sua chegada.
SOBEM
Luan Peres: Holan necessita de zagueiros de explosão, que estejam preparados fisicamente para ajudar na contenção dos contra-ataques adversários. Luan Peres demonstrou – principalmente na final da Libertadores – que pode ser bem útil neste sentido.
Felipe Jonathan: Sua capacidade de gerar amplitude e de apoiar o ataque, como um autêntico ala, deve conquistar o novo treinador do Santos. Sua habilidade pode transformá-lo em um trunfo para triangulações rápidas para gerar superioridade no setor.
Madson: Seu vigor físico pode ser um diferencial, pois Madson teria fôlego para apoiar o ataque e ajudar na retomada defensiva, evitando que os zagueiros fiquem muito expostos aos contra-ataques dos adversários.
Sandry: Sua qualidade no passe será o primordial para garantir a sustentação da fase ofensiva do jogo de posição do técnico Ariel Holán. Vejo que Sandry deverá atuar como um camisa 5, ajudando na ligação defesa e ataque.
DESCEM:
Pará: O lateral completou 35 anos em 2021, e já não tem a mesma explosão física de antes. Além disso, vejo que ele poderá ter dificuldades para abrir o campo e ajudar nas triangulações para gerar superioridade numérica no seu setor.
Luiz Felipe: Vejo Luiz Felipe com muitas dificuldades para se estabelecer no Santos de Holan, pois não tem o vigor físico necessário e, por isso, deverá ficar muito exposto aos contra-ataques rivais.
Alison: Para seguir como titular incontestável com Holan assim como foi com Cuca, Alison terá que aprimorar o seu passe, ou então terá a mesma dificuldade para se estabelecer como teve na passagem do técnico Jorge Sampaoli pelo Santos. Vale lembrar que Sampaoli e Holan são adeptos do jogo de posição.
Lucas Braga: O estilo de jogo de Lucas Braga (ponta que ajuda muito na marcação da defesa, mas não é muito técnico e pode comprometer as ações ofensivas em alguns momentos) provavelmente deverá fazê-lo perder espaço com Holan. Não vejo Lucas Braga sendo efetivo nas triangulações ofensivas (espero estar errado).
Aproveito aqui também para fazer umas considerações iniciais sobre a chegada de Holan:
- Ariel Holan deve chegar ao Brasil para ver a estreia do Santos no Paulistão contra o Santo André. Amigos do Lance/Diário do Peixe informam que ele deve estrear no banco de reservas na segunda rodada (Ferroviária) ou terceira (São Paulo). Acho arriscado estrear logo em um clássico.
- É importante que exista a compreensão de que Holan vai se adaptar ao Santos e o Santos vai se adaptar a Holan. Isso leva um tempo. Imprescindível que haja bastante paciência, principalmente nos primeiros jogos, para o trabalho dar certo.
- Método do Holan significa uma ruptura grande ao modelo do Cuca, mas ao mesmo tempo é uma reaproximação com o jeito Sampaoli de jogar. Por isso, acredito que nomes importantes como Marinho, Soteldo e Sanchez, que foram comandados por Sampaoli, vão ajudar muito no entendimento ao novo modelo de jogo.
- Holan é conhecido por revelar jovens talentos e trabalhar com o elenco que tem, o que é perfeito para o momento do Santos. Sua predileção por tecnologia e inovação me agradam bastante.
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