Se tem uma coisa que incomoda o autor destas linhas cada vez mais é o costume das pessoas de raciocinar, principalmente durante um debate de ideias, de forma lógica
Por isso, vai aqui uma provocação: 1 + 1 nem sempre é igual a 2.
Isso acontece muito na política. Se eu faço uma crítica ao PT, fatalmente receberei uma crítica do tipo: “é sustentado pelo PSDB”. Ou um ataque como: “é direita reaça”.
No futebol, meio em que trabalho, também existe uma ‘lógica’ de pensamento parecida. Se fulano critica o Corinthians, ele é palmeirense. Se é da imprensa, automaticamente faz parte da “PorcoPress”. O contrário é válido: se critica o Palmeiras, é corintiano. Se é jornalista, certamente faz parte da “Gambapress”.
E isso é muito claro. Não tem como existir outra opção. Não tem como o jornalista criticar o Palmeiras e ser palmeirense. É fora de qualquer lógica (este comentário contém ironia).
Mas…já parou para pensar se essa crítica é pertinente? Se tem embasamento? Se a pessoa mostrou argumentos? Se o autor da crítica tem um histórico de só apontar defeitos de um lado ou se é coerente em reconhecer qualidades e defeitos em ambos?
Hoje as pessoas estão preocupadas muito mais em fazer ataques que desqualifiquem o outro debatedor do que em qualificar o nível do debate. Por isso, não existe construção de ideias. O debate é cada vez mais pobre. E burro.
Ir além da lógica binária dá trabalho. Obriga a pensar. Faz a pessoa ir além do óbvio. Mas é recompensador. Vale ter em mente que a maioria das respostas é encontrada facilmente quando conseguirmos ir além daquilo que querem nos mostrar.
Para de pensar somente de forma lógica. Você só tem a ganhar com isso.