Neste mês, publiquei um texto no Pulse que gerou repercussão (Precisamos de mais profissionais que “pensem fora da caixa”). Muitos escreveram nos comentários que não adianta o funcionário “pensar fora da caixa” se o chefe ou a empresa não dão liberdade, nem compactuam com esse tipo de filosofia.
Escrevo estas linhas como forma de resposta para os questionamentos do texto anterior, e convicto de que precisamos acabar com a “cultura da mediocridade” no mercado de trabalho.
Esta situação descrita no primeiro parágrafo já é um belo exemplo do que quero dizer. Partimos do princípio de que esta tese é verdadeira: as empresas, de uma maneira geral, não gostam de profissionais que “pensem fora da caixa”. Fica a pergunta: por que esse tipo de situação é aceita sem questionamentos? Porque dependemos do emprego em que estamos por causa da crise econômica, é isso?
Se a empresa/patrão impõem uma cultura nociva ao funcionário, em que ele é “pago para obedecer” e não para questionar, qual é a chance deste negócio ser bem sucedido no longo prazo? Pequena. Outra pergunta que fica é…do que as empresas têm medo para agir desta forma?
Hoje o que tenho visto muito no mercado é: empresa/patrão impõem uma cultura em que não permitem questionamentos e ideias novas. Dependentes financeiramente, os funcionários aceitam. E aí o círculo da mediocridade está estabelecido. Como conseguimos evoluir assim?
Mas queria também colocar o outro lado da moeda. Está crescendo o número de empresas aqui no Brasil que buscam funcionários independentes, que cresçam sozinhos e consigam boas performances desta forma. Mas esse tipo de cultura ainda esbarra em uma situação: será que o funcionário está preparado para andar com as próprias pernas? Em muitos casos, não. Muitos profissionais estão tão acostumados a serem mandados que não conseguem performar se tiverem o poder de decisão. Ficam travados. Sem rumo. Sem saber o que fazer.
O que podemos fazer para acabar com a cultura da mediocridade? Evoluirmos profissionalmente. Se criarmos um ambiente na empresa em que dois dos quatro profissionais que fazem parte dela estão em constante evolução, logo os outros dois serão “convidados” a evoluir também, para não ficarem para trás. Se os quatro funcionários evoluírem, o chefe terá que acompanhar. E aí é criado um ambiente em que todos colaboram para a evolução da empresa.
Parece fácil, mas não é.
PS: A foto ilustra exatamente a “cultura da mediocridade”. O chefe que não sabe liderar com argumentos acaba liderando com gritos.