Como foi bacana ter contato um pouco mais próximo com uma pessoa como Guga Kuerten. Pude comprovar uma tese que já tinha em mente: o esporte brasileiro precisa de mais ídolos como ele.
Estive no último sábado no Rio Open, maior torneio de tênis disputado no território brasileiro. Gustavo Kuerten não jogou, mas mesmo assim foi uma das estrelas do evento. Deu coletiva, participou de sessão de autógrafos e foi ovacionado pelo público brasileiro.
Neste evento, pude perceber que Guga tem uma característica que deveria ser de todo ídolo do esporte: ele sabe tratar um fã. Gustavo Kuerten mostrou uma paciência de monge ao encarar uma sessão de autógrafos desgastante no Rio de Janeiro de 40 graus. Melhor ainda: não tirava o sorriso do rosto. Seu comportamento fez os fãs quererem ficar sempre perto dele.
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Guga foi um craque dentro das quadras. Seus resultados o colocaram como o maior tenista brasileiro da história. Mas ele mostrou habilidade para saber quando parar, pois seu corpo não o permitia mais jogar como ele sempre soube.
Guga aprendeu a continuar lucrando depois da aposentadoria. Fez duelos de exibição contra craques como Roger Federer e Novak Djokovic. Lançou uma biografia sobre sua carreira.
“Ah, mas você é um ‘puxa saco’ e não lembra dos erros do Guga” – alguém pode se questionar. Aí que o leitor desavisado se engana.
O brasileiro se envolveu num polêmico abandono da delegação da seleção brasileira da Copa Davis em 2004. Seu comportamento chegou até a ser questionado sobre um suposto interesse em ter o comando do tênis nacional.
Os grandes ídolos do esporte não estão imunes a polêmica. Por isso, volto a dizer: o Brasil precisa de mais Gugas no esporte. De preferência, que não sejam atletas do futebol, que está cheio de bons (e maus) exemplos.
* O jornalista acompanhou o Rio Open a convite da Samsung
Texto originalmente publicado no site Torcedores.com. Seja um colaborador!