Foi somente depois de completar a terceira década de vida que pude acompanhar in loco um grande jogo de tênis. E posso dizer sem pestanejar: senti falta da torcida de futebol.
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Não acompanho tênis de perto como gostaria, mas não sou nenhum ignorante no esporte a ponto de não levar em consideração que a ‘torcida de futebol’ seria inviável neste esporte, pois os atletas precisam de concentração para jogar. Mas a sensação de que falta mais emoção vinda de fora da quadra ficou latente para mim.
Acompanhei o duelo entre o espanhol Rafael Nadal e o italiano Fabio Fognini pela semifinal do Rio Open no último sábado. A torcida que compareceu ao Jockey Club do Rio de Janeiro começou a acompanhar a partida de forma tímida, talvez influenciada pelo fato de que Nadal fez 6 a 1 no primeiro set sem nenhuma dificuldade. Pude presenciar apenas uns chamados pelo nome dos tenistas vindos da torcida entre os saques. O que movimentou mesmo o público foi a presença de Gustavo Kuerten no camarote do evento – o ex-tenista foi ovacionado quando apareceu no telão.
Acho que é justamente em momentos como esse é que ‘liberar geral’ para a torcida faria diferença. Ouvi inúmeras declarações de atletas, principalmente do meio do futebol, admitindo que os torcedores empurram um time para a vitória. Alguns falam até que a torcida é o décimo segundo jogador. Por isso me pego questionando: será que a gritaria e o incentivo vindo da arquibancada de uma partida de tênis não podem ter efeito positivo para os tenistas?
Por isso que gosto da Copa Davis. Os torcedores, para incentivar os atletas do seu país, costumam quebrar o protocolo e gritar além do permitido durante as partidas desta competição. Me lembro de um confronto épico entre Brasil e Áustria em 1996 que fez oaustríaco Thomas Muster abandonar a partida reclamando dos excessos dos torcedores. Claro que houve excesso dos brasileiros que estavam no Hotel Transamérica. Mas jogos assim são mais emocionantes, não?
Outro fator que particularmente me incomodou foi o impedimento da torcida entrar depois do jogo iniciado. Me atrasei para chegar ao duelo Nadal x Fognini, e só pude acompanhar quando estava 3 a 0 para o espanhol. Respeito a regra, mas não posso dizer que tenha achado normal.
Não sou dono da razão. Estou passando as impressões de quem acompanhou uma partida de tênis de uma competição importante pela primeira vez na vida. Estou aberto ao debate.
* O jornalista foi ao Rio Open a convite da Samsung
Crédito da foto: Renan Prates/Torcedores.com
Texto originalmente publicado no site Torcedores.com. Seja um colaborador!