Texto originalmente publicado no site Torcedores.com. Seja um colaborador!
A TV Globo tem exibido no seu principal programa de domingo, Esporte Espetacular, um documentário interessante sobre os 20 anos da morte de Ayrton Senna. Interessante principalmente por ser equilibrado e mostrar até as críticas ao herói nacional.
Admito que quando vi as chamadas na TV com depoimentos emocionados de Leandro Hassum e Maurren Maggi, pensei: “lá vem mais uma série oba-oba pra satisfazer os fãs do Senna”. Errei. E feio.
O terceiro episódio da série foi o mais emblemático nesse sentido. A Globo exaltou os feitos de Senna de forma justa, mas não deixou de abordar o ‘lado B’ do piloto e usou até críticas de Galvão Bueno, principal narrador da casa e um dos melhores amigos de Senna.
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Galvão deu um depoimento em que exaltou o fato de Senna representar o Brasil que deu certo. Mas o narrador reprovou o episódio em que o brasileiro provoca propositadamente o acidente com Prost para tentar ser campeão do mundo sem precisar correr na última corrida de 1990 – dando o troco no que o francês fez no ano anterior, diga-se de passagem. “Foi uma fase triste da Fórmula”, resumiu Galvão.
Estou com Galvão. Senna talvez tenha sido o maior piloto brasileiro da história da Fórmula 1. Com certeza, foi um dos maiores do mundo. Acho que isso não tem que ser colocado em questão.
Por ser o Brasil que deu certo, mobilizou multidões. Mas a morte precoce de Senna contribuiu para a mitificação de um piloto que era, acima de tudo, um ser humano, com muitos acertos e muitos erros.
Já vibrei muito com as vitórias de Senna, acordava mais cedo só para vê-lo nas pistas nos domingos pela manhã, chorei e fiquei realmente triste pela sua morte. Mas isso não me deixa cego. Ele deve ser muito valorizado pelos inúmeros acertos. Mas também cometia erros, e isso não pode ser esquecido quando falarmos de sua história.
Crédito: Facebook do Instituto Ayrton Senna/Reprodução
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