Um dos maiores nomes da história do MMA, tanto no Brasil quanto no Mundo, passou vergonha na última sexta no UFC de Abu Dhabi. Ele foi duramente castigado pelo gordinho Roy Nelson. Perdeu com requintes de crueldade. Nelson o deixou se levantar de dois knockdowns até acertar o soco devastador que provocou o nocaute direto no ‘Big Nog’.
Mesmo antes desta luta, já era partidário da opinião de que Minotauro deveria se aposentar. Que não tinha mais condições de lutar em alto nível. E que deveria fazer o que tem feito muito bem: ser empresário, formador de atletas na Team Nogueira, disseminador do MMA no país e até comentarista das lutas (por que não?).
Ao ler declarações recentes dele sobre o tema, de que gostaria de lutar até quando tivesse vontade e se sentisse bem, pensei: será que não estou sendo cruel? Será que ele não tem o direito de lutar enquanto tiver prazer, independente dos resultados?
Fiquei chateado por ver Minotauro perder desta forma. Não o conheço pessoalmente, mas sempre ouvi boas referências e não tenho motivo para não achar que ele é uma boa pessoa. Por isso, depois da surra que ele levou, penso: é justo a sua história ser arranhada?
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Para não ficarmos só no exemplo do MMA. Tenho quase 30 anos. Acompanhei poucos jogadores tão bons quanto Rivaldo foi na sua posição. E ele se aposentou recentemente, praticamente no ostracismo, sem nenhuma homenagem decente, e amargando insucessos no fim da carreira, como ser reserva de um São Caetano que foi rebaixado de divisão. Me pergunto: ele merecia isso? Mas ele tinha o prazer de entrar em campo. Isso não basta?
Pelé teve uma trajetória que penso ser a ideal. Tinha condições de ir pra a Copa do Mundo de 1974, e não foi, porque sabia que não era o mesmo de 1970, e provavelmente não seria campeão mundial. Expandiu as fronteiras do futebol ao jogar no Cosmos-EUA e fazer sucesso por lá. Parou por cima. Idolatrado. Inquestionável.
Juro que é uma pergunta que propus no título do post é uma questão que não tenho resposta, porque não vivo tão de perto uma situação como essa. Como torcedor, quando vê um ídolo do esporte passar vergonha, juro que peço: apenas pare. Você não merece isso.
No caso de Minotauro, estou de acordo com o que o amigo Jorge Correa escreveu no Blog Na Grade do MMA
Minotauro tem de se apresentar uma última vez com a garra e coração que lhe deu fama, em um grande palco e diante de uma grande plateia – quem sabe Brasil ou Japão, onde brilhou tanto pelo Pride. Só acrescentaria que ele deveria enfrentar um rival que lhe permitisse uma grande vitória. Ele merece que a última imagem do fã do esporte sobre ele no octógono seja vencendo uma luta.
Crédito da foto: Warren Litte/Zuffa LLC
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