O post em questão não pretende abordar a grandeza ou a pequenez da torcida do Palmeiras, ou a capacidade de a mesma fazer protesto. Ninguém discute que o clube é um dos maiores do país e tem uma das torcidas mais numerosas. A ideia do post é relembrar uma história que ilustra bem a era dos ‘valentões do Twitter’ que vivemos.
Maio de 2011. O técnico do Palmeiras era Luiz Felipe Scolari. A situação do Palmeiras não era boa, pois o Verdão havia sido humilhado pelo Coritiba ao perder por 6 a 0 a partida de ida das quartas de final da Copa do Brasil.
Segunda-feira seguinte, dia 9. O treino de sábado havia sido cancelado por causa do protesto violento no dia anterior. A diretoria do Palmeiras decidiu manter a atividade de segunda, mas reforçou a segurança na porta do CT do clube. E lá foi este repórter para cobrir o evento, crente de que o protesto seria ainda mais violento.
Ledo engano. Quando chegamos lá, e após esperar muito, 12 torcedores da TUP, uma das organizadas do Palmeiras, chegaram em alguns carros, e foram recebidos pelo então gerente administrativo do clube, Sérgio do Prado. Conversaram e foram embora, sem nenhuma agressão.
Relembre:
Palmeiras reforça segurança no CT, mas poucos torcedores aparecem para protestar
Antes da partida, o presidente da TUP parou para conversar com os jornalistas. Dentre as coisas que ele nos falou, algumas ficaram marcadas para mim. Ele disse que sabia que o protesto daria em nada, mas que teria que ir lá para marcar presença, senão iriam criticar a sua falta de atitude.
O presidente foi ainda além: disse que estavam combinando no Twitter parar a Avenida Marquês de São Vicente, local onde se situa o CT do Palmeiras. Que até gente do norte do país havia se comprometido a ir. Mas na hora da onça beber água, só doze compareceram.
O episódio aconteceu há três anos, mas alguns conceitos dele permanecem até hoje. Já reparou quantas das pessoas que provocam e xingam no Twitter, realmente fazem o mesmo na vida real? O mundo virtual permite a proliferação do pior tipo de ser: aquele que age pelas sombras, sob a máscara do anonimato.
Quando fui setorista do Corinthians, já cheguei a ser ameaçado no Twitter. Me disseram que iriam na cabine de imprensa no Pacaembu só para tirar satisfação, porque segundo eles eu fazia parte de uma imprensa que só quer falar mal do Timão. Mas a intimidação ficou só pelo microblog e nunca se concretizou.
Estes exemplos do futebol podem ser usados em outras áreas da vida. Pense nisso!
Crédito da foto: Renan Prates/UOL
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Dúvida: havia mais jornalistas ou protestantes?
Olha Alexandre, se a memória não me falha, era uma conta equilibrada, viu. Mas tinham mais protestantes. Um abraço e muito obrigado por comentar no meu blog!