* Texto de minha autoria, originalmente publicado no blog efemérides do éfemello, do meu camarada Fernando Figueiredo Mello
Pouca gente pode ter percebido, mas hoje faz cinco anos de uma data muito especial para os santistas: o primeiro jogo de Neymar com a camisa profissional do clube.
Garoto franzino, de apenas 17 anos e cabelos raspados, Neymar virou uma esperança precoce de uma época de vacas magras para o torcedor santista, acostumado somente ao protagonismo estadual, depois das saídas de Robinho, Diego e Companhia. Quadro que mudaria em 2010, já com Neymar e Ganso no comando…
O técnico era Vagner Mancini. E o ataque naquele jogo, acreditem, tinha um só nome: Roni. O veterano que atuava de ponta foi improvisado como centroavante, tal a falta de opções da equipe.
O cenário era todo propício para a entrada de Neymar: um Pacaembu com mais de 20 mil pessoas, uma torcida ansiosa pela estreia do menino, que já valia milhões mesmo sem ter vestido o manto alvinegro profissional.
O time que entrou em campo naquela noite também colaborou, pois rendeu muito pouco e despertou a ira da torcida, incomodada com a falta de efetividade no ataque de um Santos escalado no 3-6-1.
Foi aí que Mancini resolveu usar as cartas que tinha e promoveu a entrada do garoto Neymar, aos 14 minutos do segundo tempo, no lugar do meia colombiano Molina. O Santos passou a atuar no 3-5-2. O menino prodígio incendiou a torcida e, consequentemente, o time.
Neymar mostrou a mesma personalidade que já havia demonstrado quando estreou na Copa São Paulo, um ano antes, dia 10 de janeiro. Participou da goleada por 5 a 1 sobre o modesto Barra do Garças-MT com duas assistências, mesmo entrando no segundo tempo. No lugar de um tal Paulo Henrique, que já vestia a 10 daquela equipe eliminada nas quartas de final da Copinha.
No Pacaembu, logo em um dos seus primeiros toques na bola, Neymar partiu para cima do adversário e cruzou. A bola caprichosamente bateu nas duas traves e não entrou. Foi o suficiente para encantar o torcedor santista.
O resultado do jogo – 2 a 1, gols de Roni e Madson -, válido pelo Campeonato Paulista, acabou sendo secundário, assim como o adversário da partida, o Oeste. O que valeu foi o pontapé inicial de uma trajetória que depois renderia uma Libertadores, uma Copa do Brasil, três Paulistas, milhões em marketing e uma admiração eterna…
Aquele garoto fadado a craque faria o primeiro gol com a camisa do Santos oito dias depois, no mesmo Pacaembu, contra o Mogi Mirim.
Mas essa história fica pra outro dia… Porque todo dia é histórico
Crédito da foto: Folhapress
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