O título deste post pode parecer um tremendo contrassenso, mas não é: o futebol brasileiro não evolui porque os clubes não querem.
Explico melhor: provavelmente por medo de retaliação ou por dependência financeira, os clubes beijam a mão da CBF, que é comandada por quem representa o que há de mais atraso neste país, que é o presidente José Maria Marin e o vice Marco Polo del Nero.
O acontecimento digno de vergonha ocorrido recentemente foi o pacto firmado entre os clubes para coibir qualquer tipo de tentativa de melar o Brasileirão na Justiça Comum. A agremiação que não cumprir o pacto será punida com perda de cotas de televisão.
Outro sinal de conivência com o atraso do nosso futebol: posso estar enganado, mas não vi nenhum dirigente de clube apoiando de fato o Bom Senso FC, com atitudes concretas. Até agora eu só vi declarações vazias de apoio ao movimento que tem representado uma evolução no modo de lidar de forma mais profissional o futebol nacional.
Infelizmente, alguns casos de clubes que davam mostras de que fariam uma gestão mais profissional e empurrariam os rivais na direção da modernidade acabaram tendo insucesso pouco tempo depois, como Corinthians e Santos.
Como bem diz o técnico Muricy Ramalho, os torcedores só sabem de 10% do que realmente acontece no futebol. A guerra pelo poder ocorre nas sombras, sem alarde público entre os vencedores, nem entre os vencidos.
Enquanto os nossos dirigentes forem covardes de não peitarem as forças retrógradas que comandam a CBF e egoístas a ponto de pensarem mais na própria promoção do que no sucesso dos clubes, nosso futebol continuará atrasado.
Crédito: Pedro Ladeira/Folhapress
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Reunião entre CBF e clubes define pacto contra decisões da Justiça Comum
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