Quero neste post abordar algo que considero um problema corriqueiro no dia a dia dos principais clubes do país: a política interna. Penso que em alguma oportunidades ela acaba engessando, e muitas vezes atrapalhando, o cotidiano nos grandes times nacionais.
Em tempo: sou favorável a que todos os clubes tenham uma oposição atuante, mas desde que ela cumpra o seu papel fiscalizador na medida certa. Barrar um projeto/ideia/ação só pelo prazer de barrar, sem um argumento razoável, é algo que apenas engessa o progresso.
Não conheço o projeto da cobertura do Morumbi a fundo para ter uma opinião mais profunda sobre o caso, mas será que não daria para haver um entendimento e não permitir que a Andrade Gutierrez abandonasse o projeto? A não ser que tudo isso que ocorreu não passe de uma estratégia entre a construtora e a situação para jogar a opinião pública contra a oposição em ano eleitoral.
Exemplo de gestão em 2012, quando conquistou os principais títulos possíveis para um clube brasileiro, o Corinthians agora se vê corroído pela crise política que mostra o presidente Mario Gobbi muito isolado e em ‘guerra fria’ com o ex-presidente Andrés Sanchez. E isso, coincidentemente ou não, ocorreu no mesmo tempo em que o time caiu de rendimento.
Talvez o maior exemplo que ilustra a minha abordagem tenha acontecido recentemente no Fluminense. Felipe Ximenes assumiu o comando de futebol e ficou pouco mais de um mês. O motivo? Entrou em rota de colisão com Celso Barros, que é o presidente da patrocinadora do clube, mas que muitas vezes acaba tendo mais influência no Tricolor carioca do que o próprio presidente de fato, Peter Siemsen. Mas essa queda de braço interna atrapalha, e muito, o dia a dia do clube.
O Palmeiras, por incrível que pareça, acabou se tornando um exemplo positivo. O presidente Paulo Nobre conseguiu a paz necessária para trabalhar após o fim da ebulição política e dá sinais que terminará o seu mandato com uma avaliação positiva e um bom trabalho. Será que se a política interna do Verdão estivesse efervecente, ele conseguiria os mesmos êxitos? Duvido.
Crédito da foto: Bruno Haddad/Fluminense FC
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