A diretoria do Santos fez uma aposta no mínimo ousada ao contratar o atacante Leandro Damião, numa transação de R$ 42 milhões, mas pode chegar até a R$ 60 milhões se contarmos os juros que o clube terá que pagar para a Doyen Sports, numa parceria estranha e pouco esclarecida até aqui.
Lucas Lima está próximo de ser o segundo reforço. Um jogador que pouco empolgou no Inter e no Sport e custará mais de R$ 6 milhões aos cofres do clube.
O Santos tentou repatriar Diego, oferecendo salários muito acima do mercado brasileiro, além de luvas astronômicas. Iria pagar uma quantia surreal para trazer o atacante Vargas, do Napoli, por empréstimo.
Basta voltarmos um pouco ao tempo para relembrarmos que no ano passado, a mesma diretoria terceirizou diversos setores no Santos e demitiu muitos funcionários com a alegação de que precisava cortas gastos e enxugar a folha salarial mensal.
O que mudou de lá pra cá? A resposta é simples: no final de 2014, acontecerá a eleição presidencial. Afundada em disputas políticas internas, a gestão agora comandada por Odílio Rodrigues Filho precisa mais do que nunca que o Santos desempenhe um bom papel em campo para conseguir se manter no poder em 2015. Pelo visto, dinheiro não vai faltar para colocar esse projeto em prática.
E quem vai pagar essa conta, como sempre, é o Santos.
Concorda comigo? Opine na caixinha!
Crédito da foto: Divulgação/SantosFC
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É fato que infelizmente o processo eleitoral no SFC começou muito cedo, Renan. Mas se me permite, posso trazer um outro ponto de vista?
Partamos do fato que o panorama financeiro do clube era dos mais difíceis quando da assunção da “atual situação” e que por isso a cautela deveria pautar as decisões de investimento. Por sorte, fomos privilegiados com uma geração de destacados jogadores da base que ajudaram a economizar no fronte das grandes contratações pro futebol, mais que isso, que mascararam ineficiências administrativas por um tempo.
Contudo, quando a geração de meninos se foi, a realidade bateu à porta e foi necessário adequar nossa busca de reforços às restritivas condições financeiras. Ainda assim fizemos um bom número de contratações, algumas de impacto como o Montillo, outras positivas como Cicinho e Mena, mais outras tantas que falharam em entregar o resultado esperado.
Ora, o core business do Santos é o futebol – e futebol competitivo, ofensivo e vencedor, com estrelas e ídolos. É isso que faz girar a roda, que tira o torcedor do sofá e leva pro estádio, que o faz comprar e chama a atenção da TV e que atrai patrocínios, em suma, que alimenta o caixa.
Assim, como toda gestão deveria fazer, entendo que ao se avaliar o resultado dessa última estratégia que acabou por penalizar o futebol, essa nova gestão da “situação” entendeu que era hora de corrigir as ineficiências, otimizar os recursos administrativos, que na realidade deveriam ser apenas suporte, pra permitir que houvesse mais recursos disponíveis para municiar o objeto-razão do clube que é o time.
Eventualmente, perdeu-se um pouco o timing dessa reforma e o momento (ano de Copa, crise econômica, etc) não ajudam, por isso alguns riscos precisam ser assumidos.
Entendo, seu ponto, Brunão, mas acho que o risco é muito alto! Espero estar errado…