Antes do título brasileiro do Cruzeiro ser consumado, fui incumbido pelo UOL Esporte a ajudar na produção de reportagens especiais sobre o fato. E uma das tarefas era conversar com quem trabalhou com Everton Ribeiro na base. Técnico do meia-atacante nos tempos de Corinthians, Zé Augusto falou sobre o jogador e aproveitou para comentar um pouco da política recente que é praticada na base corintiana.
Penso que mesmo com os títulos conquistados pelos garotos neste ano (Paulista da sub-13, sub-15 e sub-17), a crítica de Zé Augusto ainda é válida, principalmente se notarmos a dificuldade de algum deles se estabelecer no profissional.
Segue a frase de Zé Augusto:
“Hoje no Corinthians, a cultura diferente. O processo é apressado, acelerado. Haja vista que quem saiu da base, saiu do juvenil direto pro profissional. Quem deu certo foi o Jô, que não passou pelo júnior e deu sequencia no profissional. O Everton, Lulinha, Nilton, precisam de maturação. A diretoria não teve paciência para aguardar o momento certo. Passamos por momentos difíceis (2007), naquela época da caída do Corinthians. Isso dá uma instabilidade muito grande, uma perda de confiança, principalmente nos atletas da base. É tudo questão de paciência né. No Corinthians, às vezes, não tinham muita paciência. Quem eles achavam que não ia vingar, logo emprestavam ou vendiam. Acho que na base precisa ter paciência, principalmente os jogadores que mostram qualidade técnica e tática, coisa que esses atletas sempre demonstraram, não a toa, a gente conseguiu ganhar tantos títulos. A gente não sabe o que passa na cabeça do dirigente, que se precipita e vende, e o grande prejudicado é o clube. Hoje a valorização deles seria maior. O Corinthians costuma ter elenco de pratas da casa. Hoje o Tite não vê ninguém da base”.
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Almeida Rocha/Folhapress
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