Quando o Fluminense optou por demitir Vanderlei Luxemburgo faltando apenas cinco rodadas para o fim do Brasileirão e com o time na zona de rebaixamento, o questionamento na mídia especializada era o mesmo: quem vai ser o louco de aceitar uma situação como essas? Pois Dorival Júnior aceitou. E é este o maior problema do treinador: ele não sabe dizer não para as oportunidades de trabalho que recebe.
Dorival começou a ganhar notoriedade com a boa campanha que fez no comando do São Caetano, que lhe rendeu o vice-campeonato paulista de 2007. Ele está marcado na memória do torcedor vascaíno ao comandar a reestruturação da equipe e a volta para a Série A em 2009.
Mas foi no Santos, em 2010, que Dorival se consagrou. Ele teve o privilégio de comandar craques como Neymar, Ganso e Robinho. Com um futebol extremamente ofensivo, foi campeão paulista e da Copa do Brasil, e só teve o seu trabalho interrompido por entrar em rota de colisão com Neymar.
Daí pra frente, começou a sequência de erros do treinador. Dorival cometeu o desatino de sair de um clube num dia, assumir outro time no seguinte, sem tempo de descansar, de se reciclar, de poder assistir a um jogo de futebol como um mero espectador/admirador do esporte. E esse foi um dos motivos que fizeram o técnico cair de produção.
Este ano, aconteceu o auge do erro de gerenciamento de carreira. O Fluminense é o terceiro time carioca que Dorival Júnior comandará só nesta temporada, pois antes já tinha fracassado com Flamengo e Vasco. Qual é a chance deste trabalho, de menos de um mês de duração, dar certo? E se der, que garantias o técnico tem de que continuará no ano que vem?
Dorival começa a correr o risco enorme de virar um técnico como Carlos Alberto Torres ou Emerson Leão, que são chamados apenas quando os clubes precisam de um bombeiro. Com 51 anos e capacidade já comprovada, ele poderia estar em um estágio muito melhor no cenário do futebol nacional. Mas a sua vontade de trabalhar sempre pode fazer com que ele receba cada vez menos convites de trabalho.
Crédito da foto: Julio Cesar Guimarães/UOL
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