Virou moda a injustiça de ‘fritar’ técnico no futebol brasileiro

Confusão

Talvez pior do que demitir técnico é ‘fritá-lo’. E esta injustiça isso tem virado moda no futebol brasileiro. Vanderlei Luxemburgo sofreu uma fritura de duas semanas até ser demitido do Fluminense. Gilson Kleina tem trabalho contestado no Palmeiras e não deve continuar, assim como Claudinei Oliveira no Santos.

O que me incomoda nesses casos é a falta de transparência. Por que os clubes não comunicam aos treinadores que não vão contar mais com eles no final do contrato? Quem ganha com essa fritura?

O Palmeiras é o caso mais curioso. No Paulistão, Kleina perdeu nas quartas de final para o vice-campeão Santos e caiu nas oitavas da Copa do Brasil contra o Atlético-PR, que faz um belíssimo segundo semestre e disputa o título da competição. A obrigação que lhe foi dada, o treinador cumpriu com sobras: voltar para a Série A em 2014.

E o que Kleina ganhou com isso? A desconfiança. Os dirigentes do Palmeiras são incapazes de dar qualquer tipo de declaração que passe ao menos a impressão de que ele será o técnico em 2014. Que empolgação o técnico tem para terminar a temporada com esse ‘apoio’?

No Santos, inúmeros técnicos já foram cotados para a vaga de Claudinei que, apesar de algumas falhas, faz um trabalho muito melhor do que o apresentado por Muricy nesta temporada. Mas assim como no Palmeiras, os dirigentes santistas não fazem questão nenhuma de manifestar apoio público ao seu trabalho. Talvez isso explique o porquê de ele privilegiar tanto a retranca nas opções táticas que escolhe para escalar o time.

O Fluminense demitiu Luxemburgo e horas depois anunciou Dorival Junior. Será mesmo que a diretoria não tinha conversado com ele antes da demissão do antecessor? Duvido. A demissão foi uma decisão acertada, mas deveria ter acontecido duas semanas antes, quando o time carioca perdeu em casa para o Vitória mesmo com um jogador a mais.

Até o Corinthians, que sempre foi um bom exemplo de manutenção dos técnicos, tem hesitado demais para assegurar a presença de Tite em 2014. Será um sinal de uma mudança de postura para pior na cultura do futebol brasileiro? Se for, uma pena.

Crédito da foto: Rodrigo Capote/UOL

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