* Post atualizado no dia 11/11
Queria escrever esse post sobre o Oscar há algum tempo, mas sempre deixava para depois e acabava passando o ‘timing’. Após a presença de um dos maiores jogadores de basquete da história do Brasil em um evento publicitário, o assunto voltou a tona. E eu posso dizer sem pestanejar: Oscar Schmidt deveria parar de agir publicamente como um torcedor.
Oscar tem feitos individuais incríveis como jogador de basquete. O número de pontos que marcou na carreira (49.703), talvez nunca seja superado na história. Sua história de superação, a lição de foco nos treinamentos e a forma brilhante como vem encarando o câncer que possui tem sempre que serem ressaltados. Mas tudo isso não lhe dá o direito de dizer o que vem a cabeça, sem filtro.
Tudo o que Oscar construiu na sua brilhante carreira como jogador e a posição que possui como maior ídolo do basquete brasileiro não podem servir como muleta para ele dizer o que bem entender, sem pensar nas consequências.
Oscar disse ao meu irmão João Gabriel Rodrigues, do globoesporte.com, a seguinte pérola sobre o atual treinador da seleção brasileira, Ruben Magnano: “Por mim, ele tem de estar fora. Que seja despedido. Ele fez bastante por ter levado o Brasil de volta às Olimpíadas. Mas foi só. À frente da seleção brasileira e não vence a Jamaica? O Uruguai? É uma falta de respeito com a seleção. Se ele não sabe como convocar, eu posso ajudar”.
Magnano teve inúmeras falhas na Copa América, isso é inegável. Agora sair da seleção??? E ainda colocar Claudio Mortari no seu lugar??? Francamente…
O treinador argentino mudou a forma de jogar da seleção brasileira para muito melhor. Fez o Brasil voltar a disputar as Olimpíadas após 20 anos. E desempenhou uma campanha digna. ‘Só’ por isso merece que nem seja cogitada a sua saída.
E digo ainda mais, Oscar. Sua trajetória é brilhante como jogador, como já citei. Mas títulos representativos você conquistou muito mais pelos clubes que disputou do que pela seleção. Em conversa com o comentarista de basquete Fábio Sormani, fui convencido de que o tão falado ouro no Pan de Indianápolis (EUA) em 1987, que virou símbolo da sua geração pela vitória de virada contra os donos da casa, até foi significativo tanto para os brasileiros quanto para os norte-americanos.
Mas sigo achando que o EUA sentiram muito mais a derrota para a Argentina na semifinal da Olimpíada de 2004. E o técnico, vejam só, era quem? O mesmo Ruben Magnano, que se sagrou campeão olímpico naquele ano.
Oscar também erra ao expor a sua opinião de forma tão contundente sobre as dispensas dos principais atletas da seleção na última Copa América, jogando a torcida brasileira contra os jogadores que podem fazer o Brasil ter uma boa campanha no Rio-2016. E isso já teve consequências sérias: o pivô Nenê levou vaias retumbantes do público carioca durante um jogo da pré-temporada da NBA. O que de prático Oscar acaba ganhando com isso? Fica a pergunta sem resposta. O basquete, com certeza, perde muito.
Por isso, Oscar, te faço um apelo de quem sempre te admirou. Pare de agir como torcedor. Ao menos publicamente.
Crédito da foto: Marcelo de Jesus/UOL
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O Oscar está corretíssimo… admiro demais sua transparencia! O Magnano teve sua importancia na selecao mas já deu… acredito que o formato da NBB acrescentou muito mais que a vinda do técnico argentino! Uma pena que o Oscar esteja com sua saúde debilitada, gostaria muito de ve-lo como técnico da selecao sendo esse baita torcedor e patriota!
Respeito seu comentário, mas discordo. Mas agradeço demais a contribuição com o comentário no meu blog, Felipe. Grande abraço!