O jornalismo esportivo proporciona situações inusitadas. Uma delas é a relação, em boa parte, tumultuada com o amigo internauta no Twitter. Fanático por futebol, ele sempre acha que o repórter (no caso deste post, eu) torce para o time rival ao dele.
Neste contexto, fui chamado várias vezes de são-paulino pelos corintianos, e corintiano por são-paulinos e palmeirenses, como se só fosse permitido torcer para estes dois times.
E por quê motivo? Porque os fanáticos acham erroneamente que se o jornalista escreve uma matéria que não é positiva para o time que eles torcem, é porque ele está disposto a desestabilizá-lo pelo fato de torcer para o rival.
Ou seja, a produção do jornalista de futebol, na visão destes fanáticos, se resume a: “achar uma forma de beneficiar o time que ele torce”.
Quando fui setorista por um tempo do Corinthians, cheguei a ser ameaçado por valentões do Twitter, que disseram que eu era ‘jornalista bambi’ e só queria falar mal do clube. A mesma situação que eu descrevi é vivida por vários colegas que ocupam a função nos principais times deste país. Fica a pergunta: até quando a paixão vai falar mais que a razão nestes casos?
Crédito da foto: AFP
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Acho que há muita trolagem indevida, facilitada pelo “escudo” que o teclado proporciona. Também não acredito que, na maioria dos casos, repórteres deixem que sua paixão fale mais alto, porque têm supervisão editorial por cima. Mas, na frase anterior, refiro-me apenas à paixão do repórter propriamente dito.
Isto posto, temos, também, diversos exemplos de jornalistas que acham que qualquer discordância — qualquer uma! — é fruto de trolagem, e nem sempre é o caso.
Boa ponderação, Alexandre. Grande abraço!